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O Que São Áreas Classificadas e Atmosferas Explosivas?

Área Classificada é a classificação da planta, quando uma planta esta identificada como zonas. Essas zonas indicam a quantidade de mistura explosiva existente no local e são classificadas em Zona 0, Zona 1 e Zona 2.

De acordo com [1] e [3]:

Zona 0: Local onde a formação de uma mistura explosiva é contínua ou existe por longos períodos.

Zona 1: Local onde a formação de uma mistura explosiva é provável de acontecer em condições normais de operação do equipamento de processo.

Zona 2: Local onde a formação de uma mistura explosiva é pouco provável de acontecer e, se acontecer, é por curtos períodos estando ainda associada à operação anormal do equipamento de processo.

Atmosfera Explosiva, de acordo com [2], é a mistura com o ar, em condições atmosféricas, de substâncias inflamáveis sob a forma de gases, vapores, névoas ou poeiras, na qual, após ignição, a combustão se propague a toda a mistura não queimada. Simplificando: é uma área onde existe a possibilidade de ocorrer explosões.

Para que ocorra uma explosão é necessário a combinação de três elementos:

  • Fonte de ignição: que podem ser faíscas elétricas ou efeito térmico (temperaturas muito elevadas);
  • Comburente: que neste caso é o oxigênio (como o ar é composto por oxigênio, então este elemento está presente em toda parte);
  • Substância inflamável ou combustível: gás, vapor, poeira combustível e fibra combustível.

OBS.: Explosão é a “propagação de uma zona de combustão a uma velocidade na ordem de m/s” (a velocidade de combustão para vapores de petróleo pode atingir 25m/s). Com forte ruído proveniente do aumento de pressão 3 a 10 bar. [1]

Um exemplo simples de Atmosfera Explosiva pode ser gerado dentro da nossa própria casa, quando deixamos o gás vazar por um certo tempo. Todos nós já ouvimos dizer que quando isso acontece, não devemos acender a lâmpada ou, muito menos, um fósforo ou isqueiro. O porque disto é simples: nossa cozinha já tem, naturalmente, oxigênio (presente no ar). O gás que vazou e tomou conta do ambiente é uma substância inflamável e está em contato com o oxigênio. Então já temos dois elementos presentes no ambiente. Se nós acendermos a lâmpada, vamos gerar uma faísca no interruptor…essa pequenina faísca, vai reagir com os outros dois elementos e vai causar a explosão. O mesmo pode acontecer se acendermos um fósforo ou um isqueiro. Mas não se assustem….a explosão vai ocorrer se o gás vazar por muito tempo e ‘tomar conta’ de todo o ambiente. Em um ambiente industrial considerado Atmosfera Explosiva, existe, naturalmente, a presença dos elementos comburente e substância inflamável/combustível. Então quer dizer que, se uma simples faísca elétrica for gerada, os três elementos reagem e ocorre a explosão. É daí que surge a necessidade de se desenvolver normas e equipamentos específicos para trabalharem nessas áreas.

A relação existente entre Áreas Classificadas e Atmosferas Explosivas é a seguinte: em Áreas Classificadas, sempre temos Atmosferas Explosivas (por exemplo, um tanque de armazenamento de álcool), porém, nem todos os lugares onde existem Atmosferas Explosivas são considerados Áreas Classificadas (por exemplo, a cozinha de casa com vazamento de gás). Quando se desenvolve um projeto para Áreas Classificadas, temos a certeza de que vamos trabalhar em Atmosferas Explosivas.

Veja abaixo uma relação de lugares que podem se tornar potencialmente explosivos [1]:

Pelo vazamento de gases e vapores:

  • Postos de gasolina;
  • Distribuidoras de GLP;
  • Comércio;
  • Hospitais;
  • Estações de tratamento de esgoto;
  • Galerias de concessionárias;
  • Condomínios etc.

Por poeiras combustíveis:

  • Indústrias alimentícias;
  • Farmacêuticas;
  • Carvão;
  • Madeira;
  • Cervejarias;
  • Moinhos;
  • Negro de fumo etc.

Por fibras combustíveis:

  • Indústrias Têxteis;
  • Papel e celulose;
  • Cereal etc.

Em uma indústria os requisitos de segurança estão sendo cada vez mais exigidos devido à necessidade de se proteger o patrimônio e, principalmente, os trabalhadores do local. Então, em ambientes industriais considerados Áreas Classificadas, exige-se o uso de equipamentos certificados para trabalharem nesses locais. Essa certificação assegura que uma possível faísca gerada dentro do equipamento, não causará uma explosão. Porém, nessas indústrias, existem vários ambientes que exigem diferentes ‘tipos’ de segurança. Esses ‘tipos’ são chamados de métodos de proteção e são classificados em:

  • Pressurizado;
  • Imersos em óleo;
  • Imersos em areia;
  • Encapsulados;
  • Segurança aumentada;
  • Prova de explosão;
  • Segurança intrínseca.

Os dois métodos mais usados nas indústrias são: Prova de Explosão e Segurança Intrínseca e são eles que eu vou explicar aqui no nosso artigo.

Prova de Explosão (Ex-d)

Quando dizemos que um equipamento é certificado como ‘a prova de explosão’, queremos dizer que, caso ocorra algum problema no circuito eletrônico dele que possa gerar uma faísca, o próprio equipamento será capaz de conter essa faísca dentro dele, não deixando que ela saia, pois se isto ocorrer, vai gerar uma explosão. (Confesso que quando ouvi o termo ‘prova de explosão’ a primeira vez, achei que, se houvesse uma explosão no lugar, o equipamento continuaria intacto…hahahahaha…aiai).

Este método é baseado no princípio do confinamento, já que ele consegue fazer com que a faísca fique confinada dentro do equipamento. Porém, ele pode ser colocado à prova caso haja no equipamento ou na instalação como um todo (prensa-cabo, conduíte etc) algum tipo de corrosão.

O princípio do confinamento requer o uso de quatro elementos na ‘construção’ e instalação do equipamento. Para a instalação são necessários unidade seladora, cabo e eletroduto, todos certificados para trabalharem nessas áreas e, para construção é necessário que o equipamento tenha um interstício. É por este elemento que a faísca vai sair do equipamento, porém, quando ela passar por ele, sua potência de destruição…rs…ficará menor e inofensiva, fazendo com que, quando ela chegar ao ambiente, ela não tenha força para causar a explosão.

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